Alguns dos momentos mais incríveis da música vieram de trilogias de álbuns – aquelas fases em que os artistas lançaram três discos seguidos que marcaram a carreira e deixaram um legado. Essas trilogias mostram artistas se reinventando, trazendo novos sons e abordando temas profundos, de crises pessoais a críticas sociais.
Cada trilogia tem seu impacto e mostra o quanto a música pode ir além de um único hit ou álbum.
A seguir, listamos cinco trilogias que fizeram história e mudaram o jogo. Tem David Bowie explorando novas sonoridades em Berlim, os Beatles entrando na onda psicodélica, e o Pink Floyd mergulhando fundo em álbuns conceituais. Esses discos formam capítulos essenciais nas carreiras desses artistas e são lembrados até hoje como marcos na música.
1 – David Bowie – Trilogia de Berlim
Low (1977), Heroes (1977) e Lodger (1979)
A trilogia de Berlim é um dos períodos mais criativos e experimentais da carreira de David Bowie. Em meio a problemas pessoais, Bowie se mudou para a Berlim Ocidental, onde trabalhou com Brian Eno e o produtor Tony Visconti, buscando um novo som inspirado pelo ambiente multicultural e underground da cidade. Low e Heroes misturam krautrock, música eletrônica e ambient, abordando temas de isolamento e recuperação pessoal. Heroes em especial se tornou um hino, destacando a luta e a resistência. Lodger, o último da trilogia, explora a world music e temas de deslocamento cultural, mostrando Bowie em seu auge experimental. Essa trilogia foi crucial para consolidar a reputação de Bowie como um camaleão musical e influenciou uma geração de músicos.
2 – The Beatles – Trilogia Psicodélica
Rubber Soul (1965), Revolver (1966), Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967)
Esses três álbuns marcam a evolução dos Beatles de uma banda pop para um grupo que experimentava com a psicodelia, a produção em estúdio e novas influências culturais. Rubber Soul introduziu elementos de folk e letras introspectivas, enquanto Revolver trouxe faixas mais experimentais, como “Tomorrow Never Knows”, que introduziu gravações de fitas e efeitos sonoros revolucionários. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band é um marco do álbum conceitual, com uma capa icônica e um som coeso que captura a era do “verão do amor.”
Juntas, essas obras ajudaram a moldar o rock como um gênero maduro e influenciaram a música e a cultura popular de maneira profunda.
3 – Radiohead – Trilogia Experimental
OK Computer (1997), Kid A (2000), Amnesiac (2001)
Em sua trilogia experimental, a banda britânica Radiohead evoluiu do rock alternativo para uma sonoridade eletrônica e densa, explorando temas de alienação e modernidade.
OK Computer é uma crítica ao capitalismo e ao avanço tecnológico, considerado um dos álbuns mais importantes dos anos 90. Em Kid A, a banda abandonou o som convencional de guitarras, incorporando sintetizadores e influências de jazz e música ambiente, desafiando as expectativas dos fãs. Amnesiac complementa Kid A com uma atmosfera sombria e claustrofóbica, explorando temas de memória e identidade. A trilogia consolidou o Radiohead como uma das bandas mais inovadoras do rock contemporâneo e influenciou a maneira como o público e a crítica enxergam a música experimental e conceitual.
4 – Led Zeppelin – Trilogia Clássica
Led Zeppelin I (1969), Led Zeppelin II (1969), Led Zeppelin III (1970)
Os três primeiros álbuns de Led Zeppelin estabeleceram as bases para o hard rock e até mesmo o heavy metal. Led Zeppelin I trouxe uma mistura intensa de blues e rock pesado, destacando faixas como “Dazed and Confused”. Led Zeppelin II reforçou esse estilo, com riffs icônicos como os de “Whole Lotta Love” e solos de guitarra que tornaram Jimmy Page uma lenda. Led Zeppelin III foi uma surpresa, com a inclusão de músicas acústicas e influências de folk, mostrando a versatilidade da banda.
Essa trilogia construiu a reputação de Led Zeppelin como uma das bandas mais inovadoras e influentes do rock, inspirando gerações de músicos com sua energia e maestria instrumental.
5 – Pink Floyd – Trilogia Conceitual
The Dark Side of the Moon (1973), Wish You Were Here (1975), Animals (1977)
Esses álbuns refletem a habilidade de Pink Floyd em criar álbuns conceituais profundos, explorando temas existenciais, políticos e psicológicos.
The Dark Side of the Moon abordou questões como loucura, tempo e mortalidade, com uma produção impecável e efeitos sonoros inovadores, tornando-se um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos. Wish You Were Here foi uma homenagem ao ex-membro Syd Barrett e uma crítica à indústria musical, destacando a faixa “Shine On You Crazy Diamond”. Animals foi inspirado em “A Revolução dos Bichos” de George Orwell e criticava a desigualdade social e o capitalismo.
Essa trilogia é considerada a fase mais madura da banda, consolidando o Pink Floyd como verdadeiros mestres dos álbuns conceituais e influenciando profundamente a cultura pop e o rock progressivo.
