Os 10 melhores discos do Rock Brasileiro nos Anos 90
Música
Publicado em 19/11/2024

O Rock Brasileiro é um verdadeiro estilo à parte. Com elementos de gêneros de todo tipo, os músicos nacionais conseguiram criar uma sonoridade única, que teve seu auge a partir dos Anos 90 com diversas bandas fazendo o Rock chegar ao mainstream e atingir um público cada vez maior.

Ao longo da década de 90, aliás, essa própria cena foi evoluindo, atraindo cada vez mais influências distintas e se autorreferenciando, com grupos como Titãs e Chico Science & Nação Zumbi servindo como exemplos para o que viria a ser produzido depois por nomes como Charlie Brown Jr. e Los Hermanos, mesmo sem necessariamente exercer influências diretas.

Logo abaixo, montamos uma lista com 10 discos que consideramos os melhores do Rock Brasileiro nos Anos 90. A seleção está em ordem cronológica, pra te ajudar a entender a caminhada que o gênero teve no nosso país durante aqueles anos. Aproveite!

 

Os melhores discos de Rock Brasileiro dos Anos 90

 

Titãs – Titanomaquia (1993)

Em 1993, os Titãs já eram uma banda estabelecida no cenário nacional. Seguir por um caminho certeiro era uma opção, mas é claro que uma banda conhecida por se desafiar resolveu se afastar do Rock mais convencional e abraçar o experimentalismo.

O resultado foi Titanomaquia, produzido por Jack Endino e que contém grandes clássicos da banda como “Será Que É Isso Que Eu Necessito?” e “Nem Sempre Se Pode Ser Deus”.

 

Cássia Eller – Cássia Eller (1994)

Em seu terceiro disco de estúdio – o segundo homônimo, sucedendo a estreia de 1990 -, Cássia Eller marcou seu nome de vez na história da música brasileira. Com uma mistura única de Rock e MPB, Cássia conseguiu emplacar hits como “Malandragem” e “Lanterna dos Afogados”, que ganharam vida com sua voz e ajudaram a cantora a se tornar um ícone dos Anos 90.

Este álbum prova por que a cantora e violonista do rock brasileiro dos anos noventa alcançou tanto sucesso.

A voz grave da talentosa artista pode ser apreciada em 13 pérolas do estilo, como Lanterna Dos Afogados e a faixa título.

 

Chico Science & Nação Zumbi – Da Lama ao Caos (1994)

Estimar a importância de Chico Science & Nação Zumbi para a música brasileira é algo impossível. A influência de Da Lama ao Caos se estende até os dias de hoje, já que o álbum não apenas serviu como marco fundador do Manguebeat como também abriu as portas para uma série de experimentações sonoras inclusive de bandas presentes nesta lista.

O sucessor Afrociberdelia (1996) também poderia muito bem estar por aqui, mas é difícil não dar esse devido destaque a um disco tão pioneiro.

 

Skank – Calango (1994)

A mistura de gêneros como Pop e Reggae com o Rock se tornou marca registrada do Skank, que foi responsável por alguns dos maiores sucessos radiofônicos do Rock Brasileiro tanto na década de 90 como mais à frente.

Com Calango, a banda mineira emplacou alguns de seus maiores sucessos e se estabeleceu de vez nesse cenário, através de faixas como “Te Ver”, “É Proibido Fumar” e “Jackie Tequila”, todos clássicos atemporais marcados pelo tom leve e descomplicado do Skank que conquistou muita gente.

 

Mamonas Assassinas – Mamonas Assassinas (1995)

Com seu teor humorístico, era possível que os Mamonas Assassinas acabassem sendo pouco reconhecidos. O que aconteceu, no entanto, foi exatamente o contrário: o álbum de estreia – e único com os integrantes vivos – se tornou um marco da música nacional, usando a irreverência para criar polêmicas e abrir debates importantes relacionados a questões sociais, ainda que estes não tenham sido plenamente compreendidos por parte do público.

A união do Rock e Metal com o uso sarcástico de estilos como Pagode e Sertanejo também foi emblemática em Mamonas Assassinas, embalando as letras cheias de humor ácido que marcaram uma geração em faixas como “Robocop Gay” e “1406”.

 

Planet Hemp – Usuário (1995)

Com o crescimento do cenário Rap, era natural que eventualmente os mundos do Rap e do Rock se cruzassem. Aqui no Brasil, o Planet Hemp foi um dos pioneiros neste movimento e o disco Usuário foi fundamental para transformar essa união em algo que chamou atenção de todo mundo.

É claro que os temas sociais estão muito presentes, indo além da legalização da maconha e abordando também situações como a repressão policial através de letras combativas e reflexivas, e Usuário criou hinos de protesto no país com faixas como “Mantenha o Respeito”, “Porcos Fardados” e “Legalize Já”.

 

Raimundos – Lavô Tá Novo (1995)

Seguindo na linha mais descontraída, os Raimundos também usavam o humor para fazer críticas sociais, apesar de algumas letras realmente só explorarem temas mais descontraídos sem tanta reflexão. Essa leveza contrastante com o peso foi um dos grandes diferenciais de Lavô Tá Novo, álbum marcante no Rock Brasileiro.

A partir de riffs de fazer inveja em qualquer banda de Metal, os Raimundos incluíram referências ao Forró e ao Sertanejo para criar um estilo único, e faixas como “Tora Tora”, “Eu Quero Ver o Oco” e “Pitando no Kombão” se tornaram clássicos da música nacional.

Sepultura – Roots (1996)

Talvez o disco mais importante da música brasileira moderna em questão de influência internacional, Roots é um álbum respeitado mundialmente – e não é à toa. O Sepultura já vinha em alta com o lançamento de Chaos A.D., mas elevou-se a outro patamar através de novas experimentações, que se conectaram perfeitamente com a ascensão do Nu Metal.

A incorporação de elementos tradicionais brasileiros à sonoridade do Metal deu forma a um álbum recheado de groove, que te faz pular o tempo todo enquanto oferece letras profundas, explorando questões de identidade, resistência e crítica à exploração colonial. Uma verdadeira obra-prima!

 

Charlie Brown Jr. – Transpiração Contínua Prolongada (1997)

É difícil acertar tanto em um disco de estreia como o Charlie Brown Jr. fez em 1997 com o ótimo Transpiração Contínua Prolongada. Mas tem motivo pra isso: a banda já vinha trabalhando há muito tempo quando finalmente conseguiu lançar seu disco, o que resultou em uma gama de influências maior, incluindo alguns aspectos de álbuns mencionados por aqui antes.

O álbum destaca o Skate Punk que começava a se popularizar no cenário internacional, mas encontra espaço para influências do Rock mais tradicional, do Hip Hop e do Reggae, com hits como “O Côro Vai Comê”, “Proibida pra Mim” e “Quinta-Feira” exibindo desde o começo todo o potencial radiofônico do CBJR.

 

Los Hermanos – Los Hermanos (1999)

Um dos grandes sinais de que um gênero está evoluindo é a crescente percepção de que certas bandas “não fazem parte” dele. É o caso da estreia dos Los Hermanos, que se tornaram igualmente amados e odiados, no segundo caso principalmente por aqueles mais puristas que se recusavam a enxergar a genialidade por trás desse disco.

Reunindo elementos de MPB, Folk, Samba e, claro, boas pitadas de Rock Alternativo e até Ska, o álbum foi muito marcado pelo sucesso de “Anna Júlia”, mas possui faixas como “Tenha Dó” e “Pierrot” que mostram uma identidade muito mais própria, característica de quem estava criando um estilo único.

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